segunda-feira, 2 de junho de 2014

O GRANDE ILUMINISMO





E por fim , depois de falar um pouco sobre o iluminismo , podemos ver como tudo mudou ! 






Principal alimento da época


Pães , foi o principal alimento daquela determinada epoca , era o alimento mais importante que havia , era como se fosse o tipico '' arroz e feijão '' daqui do nosso brasil , la era o pão ! pão no café , pão no almoço , pão no lanche , pão na janta , enfim era o principal 



AS CARACTERISTICAS , E OS PRINCIPAIS PENSADORES !

Características do Iluminismo

  • As ideias do iluminismo eram inicialmente disseminadas por filósofos e economistas, que se diziam propagadores da luz e do conhecimento, por isso foram chamados de iluministas.
  • Eles valorizavam a razão acima de tudo, julgavam o mais importante instrumento para conseguirem alcançar o conhecimento.
  • Estimulavam o questionamento, a investigação e a experiência como forma de conhecimento da natureza, sociedade, política, economia e o ser humano.
  • Eram totalmente contra o absolutismo e suas características ultrapassadas. Criticavam, além dele, o mercantilismo, os privilégios da nobreza e do clero, e a Igreja Católica e seus métodos (a crença em Deus não era criticada).
  • Defendia a liberdade na política, na economia e na escolha religiosa. Também queriam a igualdade de todos perante a lei.
  • Partindo da ideia da educação para todos, idealizaram e concretizaram a ideia da Enciclopédia(que foi impressa entre 1751 e 1780), uma obra com 35 volumes, contendo – em resumo – todo o conhecimento que existia até então.
  • As ideias iluministas eram liberais e logo conquistaram a população, intimidando alguns reis absolutistas que, com medo de perderem o governo, passaram a aceitar algumas ideias do movimento. Esses eram chamados Déspotas Esclarecidos (tentavam conciliar o iluminismo com o absolutismo).

Principais pensadores iluministas

  • John Locke (1632 – 1677): John é considerado o “pai do iluminismo”. Sua obra mais conhecida é “Ensaio sobre o entendimento humano”, de 1689. Mas “Dois tratados sobre o governo”, do mesmo ano, também é considerada uma das melhores. Ele negava a ideia de que Deus tinha o poder sobre o destino dos homens e afirmava que a sociedade que moldava o ser humano para o bem ou para o mal.
  • Montesquieu (1689 – 1755): Ele fez parte da primeira geração de iluministas. Defendia a ideia da “divisão” do governo em três poderes independentes (Legislativo, Executivo e Judiciário) em sua obra mais conhecida e importante “O espírito das leis”, de 1748.
  • Voltaire (1694 – 1778): Crítico polêmico da religião e da Monarquia. Defendia a liberdade intelectual. Sua obra mais importante foi “Ensaio sobre os costumes”, de 1756.
  • Rousseau (1712 – 1778): Defensor da pequena burguesia, queria a participação do  povo na política por meio de eleições. Sua obra mais importante foi “Do Contrato Social”.
  • Adam Smith (1723 – 1790): Principal representante do conjunto de ideias chamado liberalismo econômico. Sua principal obra foi “A riqueza das nações”.

imagens ilustrativa , mostrando um pouco mais ...


novas ideias iluministas


caracteristica do filosofo , entre outros ...


* * imagem


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imagem do iluminismo *


Tirinhas sobre iluminismo *


VIDEOS

link de alguns dos videos sobre o assunto do iluminismo  :

 Documentário sobre o Renascimento e o Iluminismo

O ILUMINISMO

História - Aula 10: Iluminismo

AULA HISTÓRIA ILUMINISMO - MAI 13 - PROF. GABRIEL FEITOSA

Iluminismo

FILOSOFOS ILUMINISTAS

 
Principais Filósofos iluministas



- John Locke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através do empirismo;
- Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a intolerância religiosa;
- Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a ideia de um estado democrático que garanta igualdade para todos;
- Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.
- Bento de Espinosa (1632–1672) - defendeu principalmente a ética e o pensamento lógico;
- David Hume (1711-1776) - foi um importante historiador e filósofo iluminista escocês. Refutou o princípio da casualidade e defendeu o livre-arbítrio e o ceticismo radical.
- Adam Smith (1723-1790) - economista e filósofo inglês. Grande defensor do liberalismo econômico.
- Gotthold Ephraim Lessing (1729-1781) - filósofo e dramaturgo alemão. Defendeu a liberdade de pensamento entre os cristão.
- Immanuel Kant (1724-1804) - importante filósofo alemão, desenvolveu seus pensamentos nas áreas da epistemologia, ética e Metafísica.
- Benjamin Constant (1767-1830) - escritor, filósofo e político francês de origem suíça. Defendeu, principalmente, ideais de liberdade individual.

biografia de um deles






Biografia de um dos filosofos   :



- CHARLES MONTESQUIEU

Conhecido como Charles Montesquieu, ou barão de Montesquieu, o filósofo, cientista político e escritor francês Charles-Louis Secondat nasceu em 18 de Janeiro de 1689 em La Brède, na França, e foi um dos grandes precursores do pensamento iluminista.
Nobre filho de uma família que tinha negócios com vinho, ele foi criado no luxuoso Castelo de La Brède e teve o ensinamento básico em casa. Ingressou no Colégio Juilly aos 11 anos e teve os contatos iniciais com a filosofia iluminista, que tinha uma maneira peculiar de analisar a ciência, religião, política e a sociedade. Com 16 anos, entrou para Universidade de Bordeaux e cursou Direito. Depois de formado, mudou-se para Paris e continuou os estudos, mas teve que voltar após a morte de seu pai, cinco anos depois, para tomar conta da herança a que tinha direito.
Após casar-se com a rica protestante Jeanne Lartigue e se tornar pai de dois filhos, em 1716 Secondat herdou o título de Barão de Montesquieu  e ficou responsável pela Câmara de Bordeaux, para resolver questões jurídicas da região. Enquanto exercia a presidência da Câmara, resolveu estudar a fundo as áreas do direito romano, biologia e geologia, usando as ciências naturais como metáforas para explicar as ciências humanas em seus artigos e teses acadêmicas.
Em 1721, publicou sua primeira obra de destaque, as "Cartas Persas", onde criticava os costumes sociais, políticos e religiosos da França do rei Luís XIV sob o prisma de dois viajantes que trocavam correspondências com persianos de forma satírica, refletindo o pensamento iluminista que tomou conta da produção intelectual europeia naquele momento. Com forte crítica à Igreja Católica, a obra analisava a impossibilidade do homem em chegar ao conhecimento supremo.
A obra teve grande repercussão nos salões literários parisienses e Montesquieu decidiu largar a vida jurídica para seguir carreira como escritor. Em seus estudos, viajou pela Europa passando por Holanda, Alemanha e Itália, tomando conhecimento das obras de outros pensadores influentes, como Pietro Giannone e Vico. Quando chegou na Inglaterra, fascinou-se com o sistema político local e dedicou dois anos para estudá-lo in loco.
Ao voltar para sua terra natal, redigiu sua obra-prima literária "O Espírito das Leis". Nesta obra, Montesquieu fez um apanhado das teorias políticas analisadas em suas viagens pela Europa e definiu três tipos de governos existentes: o monárquico, onde a população servia a um rei através de leis positivas; o republicano, regido na mão de várias pessoas guiadas pela virtude; e o despótico, onde o autoritarismo de um líder podia comprometer os direitos humanos através da política do medo.
Montesquieu formulou os princípios básicos para que governos tirânicos fossem evitados. Para isso, defendeu a separação da máquina política em três poderes:
Executivo: ficaria responsável pela administração pública de uma nação, geralmente exercido por um rei (Monarquia) ou chefe de Estado (República);
Legislativo: ficaria responsável pelos projetos de leis e representaria a Câmara dos Parlamentares;
Judiciário: ficaria responsável pelo órgão jurídico e pelo cumprimento das leis dos cidadãos e dos outros dois poderes, exercidos pelos juízes e magistrados.
Sua teoria teve grande impacto no iluminismo europeu e serviu de molde para a organização do sistema político das nações modernas. Apesar da grande visibilidade intelectual, Montesquieu sofreu duras críticas de alguns setores e sua obra foi proibida de ser distribuída em território francês após ser colocada no índice do Index Librorum Prohibitorum, da Igreja Católica. Mesmo assim, ainda conseguiu publicá-la oficialmente em 1748 em Gênebra, Suíça, dividido em dois volumes.
Depois de muita produção literária e política, aos 66 anos, no dia 10 de fevereiro de 1755, Montesquieu contraíra uma febre e morrera em Paris, deixando um artigo incompleto para a Enciclopédia de Diderot e D'Alembert.

Deslumbrantes Vestidos da época 










LIVROS

Um dos livros 

A escola de Frankfurt -  Luzes e sombras do Iluminismo - Coleção Logos  : 

   
                                    Autor: Matos, Olgaria C. F.                                                                                                                            Editora: Moderna

LIVROS

Revolução Francesa e Iluminismo - Repensando a Historia   

   


                                                  Autor: Grespan, Jorge
                                                        Editora: Contexto

LIVROS

O Iluminismo e os Reis Filósofos
   Autor: Fortes, Luiz Roberto Salinas
   Editora: Brasiliense

LIVROS

Iluminismo e Império no Brasil - O Patriota ( 1813 - 1814 )
   Autor: Kury, Lorelai
   Editora: Fiocruz

ILUMINISMO


 Das Promessas iluministas a Servidão  



  O Iluminismo, enquanto projeto racionalista que questionava as bases religiosas do mundo feudal e propagava a superação de uma visão ingênua e mística do mundo, trouxe com ele a consagração dos direitos civis e a ideia de renovação e esclarecimento para uma sociedade até então refugiada na fé como elemento essencial para a vida humana. Representando os anseios da classe burguesa, propõe uma nova forma de apreender as realidades e embasa a credibilidade nas grandes possibilidades da razão e da ciência, oferecendo aos indivíduos a possibilidade de promoverem o desenvolvimento econômico e social na direção de uma existência mais igualitária e elevada culturalmente.

Essa pretensão erigiu um cenário especial para a educação, pois a escola despontaria como o espaço onde os indivíduos se construiriam enquanto cidadãos: a proposta do conhecimento e da educação disponível a todas as camadas sociais era o meio ideal para melhorar a sociedade, favorecendo a justiça, a compreensão e a dignidade. Entretanto, a distância que nos afasta desse contexto, acentuada pelas críticas dirigidas a essa mesma razão, enfraquecem as luzes iluministas, hoje obscurecidas pela destruição de inúmeros alicerces racionais, tais como a crítica marxista ao sistema liberal e a freudiana, no tocante à primazia da racionalidade.

A obra em questão propõe a análise do trajeto da história da educação a partir dessas promessas iluministas de autonomia e esclarecimento, até o estabelecimento da Indústria Cultural, permeada pela morte do mito do progresso emancipatório, focando a "desconstrução" do processo educacional, transformado em instrumento de controle e alienação. Abordando a educação como parte da história da cultura contemporânea, considera as "outras histórias da educação" (até porque não existe uma história absoluta), edificadas tanto por protagonistas vencedores quanto por derrotados, surgidas basicamente das contradições verificadas na tela das complexas relações globalizadoras, em uma concepção antropológica que se estende além da problemática escolar e da organização do ensino. Sonia Marrach trabalha historicamente a transformação do Iluminismo em massificação e homogeneização, cenário no qual o conhecimento foi metamorfoseado em mercadoria e o exercício da crítica, em fiel absorção e concordância, deixando de analisar a educação como fator isolado.

Rejeitando o conceito de história linear, a autora parte do entendimento de história como construção dinâmica e ininterrupta para abordar o Iluminismo - matriz do pensamento educacional na contemporaneidade - e focalizar os momentos de ruptura dessa mesma história, em que os padrões tradicionais chocaram-se com os novos valores fabricados pela modernidade. A problemática educacional é abordada dentro do contexto das interrupções e incongruências existentes entre a educação, a história e a sociedade. Acrescente-se, ainda, que essa visão benjaminiana de temporalidade histórica implica, também, a crítica da ideia de progresso, que, na obra, é entendido, então, como um "mito renovado" - um discurso das elites dominantes, em que o saber científico associou-se à técnica em nome dos interesses do capitalismo hegemônico, mostrando claramente ter perdido seu norte quando se observa suas mais recentes consequências: "Em suma, o progresso como discurso dominante das elites globais parece ter perdido o seu rumo" (DUPAS, p. 12)1 .

A autora possui doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e pós-doutorado pela Universidade de São Paulo. É professora de História da Educação da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), campus de Marília. Publicou também O lúdico, o riso e a educação e organizou Conciliação, Neoliberalismo e Educação e Maurício Tragtenberg: uma vida para as Ciências Humanas.

Inicialmente, investiga as inter-relações entre esclarecimento, Iluminismo e pedagogia através de dois jornais pernambucanos, veiculados entre 1823 e 1835, ambos os periódicos manifestações jornalísticas na luta pelo exercício da autonomia contra o poder imperial: o Sentinela da Liberdade, ligado a Cipriano Barata, e o Tifis Pernambucano, de Frei Caneca. Exercitando o jornalismo de opinião, essas publicações colocavam-se ao lado do povo, objetivando difundir as "luzes da razão" - aí, então, a dimensão pedagógica do Iluminismo exercida pela elucidação contida nos jornais ligados ao projeto da República: esclarecimento para a educação política do cidadão. Juntamente, Marrach nos traz um retrospecto do universo social da época e dos objetivos e condições do Iluminismo no Brasil, bem como uma visão do papel da imprensa de opinião e da educação aristocrática universitária ao tempo do Império.

Já no segundo capítulo, o foco situa-se no mito do esclarecimento e nos impactos e mudanças ocasionados pelas ideias liberais (restritas ao liberalismo moderado e conservador) no pensamento educacional, transformando a revolução para a educação democrática em "modelagem de almas" (p. 77), utilizando, para esse objetivo, a discussão de obras historiográficas que sinalizam a época, cotejadas com as obras de Machado de Assis e de Eça de Queirós, que tratam da educação nos anos Oitocentos. A educação superior, realizada com fins à formação do quadro administrativo do Império, e as estratégias reformistas de "conservação e conciliação" são abordadas pela autora, demonstrando os esforços de adequação da ação política e das instituições às circunstâncias: a continuação da ordem colonial, a mentalidade conservadora e a manutenção da hierarquia. Da mesma forma, a imprensa acadêmica, a que cabia "disciplinar a vontade política do leitor acadêmico, segundo o princípio da prudência e da moderação" (p. 95).

A passagem para o século XX, analisada por intermédio da autobiografia de Stefan Zweig2, é um dos tópicos do terceiro capítulo do livro, uma vez que a obra do escritor austríaco realiza uma retrospecção da vida social, educacional e cultural na virada do século XIX para o século XX, destacando as consequências advindas da sociedade industrial e burocratizada, com tecnologia dirigida para o controle de massas. As questões relacionadas à sociedade administrada e da educação hegemônica dentro desse contexto, a cultura de massas produzida pela Indústria Cultural e a consequente necessidade de uma forma de controle social (uma vez que a classe média e o proletariado passaram a ter acesso à educação) são tratadas ainda nesse capítulo, demonstrando detalhadamente como a educação veio a assumir esse papel de controle de mentes, necessário ao status quo, devido ao pavor da classe dominante em relação ao esclarecimento das massas.

O quarto capítulo fornece a discussão do advento das práticas pedagógicas libertárias, tais como as de Francisco Ferrer e sua Escola Moderna, cujas ideias comprometidas com a emancipação do homem reverberaram no Brasil a partir de 1910, atreladas ao movimento anarquista dos operários. A autora contribui, nesse ponto, além de um retrospecto do pensamento pedagógico do educador espanhol e das postulações da pedagogia libertária no Brasil, com a discrição da situação das escolas privadas, uma crítica à escola pública e um resumo do funcionamento da escola dos operários que visavam a exterminar a hierarquia social vertical e a submissão do sujeito à dominância hegemônica.

O enfoque do quinto capítulo é o pensamento pedagógico e a questão do lúdico sob a ótica de Walter Benjamim, ambas as postulações centradas na utopia libertária. Para o autor de Sobre o conceito da história, as reflexões sobre a educação baseavam-se, principalmente, no pensamento de que as crianças deveriam ser libertas do enquadramento que se dava através da pedagogia tradicional, pois a liberdade é requisito para o conhecimento. Benjamin critica a universidade, que, atrelada ao poder do Estado, tinha seus fins distorcidos, imperando a burocracia, e onde o conhecimento ficava dissociado da realidade: aponta a tarefa principal do jovem, que seria a de transformar a universidade "corporação de funcionários públicos" em universidade de pesquisadores, livre, comprometida com sua época, vinculada às questões espirituais de seu tempo. As postulações sobre o falso progresso, a alienação, o tecnicismo e a massificação estão presentes em todo o decorrer desse capítulo, sob a ótica de Walter Benjamin, da mesma maneira que seus pensamentos relativos à importância da criança na sociedade e suas relações com o brinquedo, o brincar e o teatro, este último visto pelo autor como a melhor forma de desenvolvimento infantil, pois é um dos meios educativos capazes de contrapo-rse à escola tradicional alienante, uma vez que brincar é libertação, tanto para a criança como para o adulto.

A análise do pensamento educacional no Brasil em época de grandes mudanças (1932-1964) - utilizando, para tanto, o Manifesto dos Pioneiros de 1932, as Crônicas de Educação de Cecília Meireles e os pensamentos de Anísio Teixeira e Paulo Freire (tudo isso visando à explanação dos conceitos da Escola Nova e as contradições existentes entre o pensamento educacional inovador e a prática pedagógica institucional conservadora) - é o tema do sexto capítulo. A proposta central inovadora era fazer da escola um local democrático para a criação da cidadania através do esclarecimento do povo.

Contudo, enquanto o movimento renovador e libertário crescia, a educação continuava, na prática, acontecendo nos moldes tradicionais. E o sétimo capítulo vem demonstrar como, apesar das reformas de 1968 e 1971 e das políticas educacionais impostas pelo regime militar, o projeto educacional democrático é interrompido e adentra-se no sistema de massificação do ensino, no qual essas reformas objetivavam consolidar a legitimidade do regime de expansão econômica (p. 210). A escolaridade obrigatória foi prolongada, através da junção do primário com o ginásio e, com relação ao segundo grau, instituiu-se a profissionalização de maneira generalizada, intencionando encaminhar mais rapidamente o jovem para o mercado de trabalho. No que tange à educação superior, uma verdadeira Indústria Cultural foi criada com a presença de maioria de instituições privadas: grande parte do público universitário constitu-ise de indivíduos preocupados com o diploma e as oportunidades de trabalho, ingressando a educação, dessa forma, no mercado de bens simbólicos bourdieriano.

O penúltimo capítulo é dedicado a ilustrar os caminhos da educação no Brasil após a ditadura, período já em contexto globalizado, pleno de profundas transformações e rápidas modificações nas relações econômicas, políticas e sociais. Sob a ideologia neoliberal, o Estado deixou de investir na educação pública e a educação fica atrelada a três objetivos básicos: a preparação para o trabalho; retransmitir os princípios doutrinários do neoliberalismo e fazer da escola um sistema tal e qual o do mercado. Nesse espaço, a autora remete-nos, ainda, aos diversos problemas relacionados com o livro didático (e sua falta) nas escolas públicas e à importante questão da perda da autonomia pela universidade e pelos acadêmicos, frente aos poderes econômicos e políticos contemporâneos.

Sonia Marrach encerra suas colocações refletindo a respeito da hegemonia dos meios de comunicação de massa, que, atualmente, ditam a direção cultural da sociedade, evidenciando suas consequências para a educação. Os meios de comunicação fabricam uma cultura homogênea, dissolvendo as características pessoais de cada grupo, o que transporta, muitas vezes, até os produtos chamados superiores ao nível da cultura de massas: "uma exposição de arte no melhor museu da cidade recebe o mesmo tratamento da plástica da atriz da novela das oito" (p. 265). Dessa forma, a educação sofre uma efetiva desvalorização e se atrofia, principalmente no que se refere ao seu papel de socialização político-ideológica, sendo substituída nesse aspecto pela televisão.

Por todo o seu conteúdo, a obra resenhada apresenta-se como uma importante contribuição voltada àqueles interessados em pensar as relações da contemporaneidade e suas características conservadoras e homogeneizantes com a área educacional, da mesma forma que na ressignificação das muitas histórias da educação através da concepção crítica utilizada pela autora. O caminho foi delineado para que o leitor apreenda efetivamente como, partindo do objetivo de formar e educar para o esclarecimento, termina-se chegando à massificação e ao controle das almas.

Abordando o contexto de embate da escola com o cenário contemporâneo neoliberalista, e dirigido a todos aqueles que tenham como área de interesse e atuação profissional a educação, a diversidade de seu trabalho permitiu a Sonia Marrach abordar, neste livro, significativos aspectos e contradições das "outras histórias da educação" no Brasil, visualizando esse cenário através do espelho das postulações iluministas e da Indústria Cultural.